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Marisa.

Atualizado: 20 de nov. de 2022

É incrível o poder que a musica tem de nos fazer feliz.

Esse sentimento passou pela minha cabeça ontem enquanto eu estava em uma plateia lotada de gente feliz, cantante e emocionada. Tudo era escuro ao meu redor exceto pela luz que vinha do palco. Uma luz forte, que parecia iluminar muito mais que o espaço físico onde estávamos.


Marisa Monte e sua espetacular presença de palco era o centro dessa luz.


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Ao cantar seus primeiros versos de Porta, com sua voz perfeitamente suave e forte ao mesmo tempo, Marisa me atingiu na mosca. Me emocionou. E eu, logo eu (!), sem querer, senti lágrimas escorrendo pela minha bochecha…

Mas por favor não se engane. Esse tributo de emoção não era apenas à Marisa, era muito mais para mim. As lágrimas eram o retrato físico de todos os sentimentos rodando no ar naquele momento: saudades, de felicidade, de não querer que o momento feliz acabe, sentimento de pertencimento, acolhimento, de alegria, de vida normal como deve ser - enfim, foram ‘tantas emoções’ como já diria o Rei.


Tantas emoções retiradas de mim (e de todos na platéia) através da esplendorosa voz dessa artista que ora deixava o microfone no pedestal e cantava com as mãos, ora dançava do seu jeito particular, ora acompanhava melodicamente a banda tocando sua guitarra (ou violão, ou banjo… quanto talento!)


Mas agora vamos combinar: que Marisa Monte é uma artista completa, espetacular e me-faltam-adjetivos para descrever a magnitude da arte e da musica dela, isso todo mundo sabe. Agora, o que pegou a essa pessoa que vos escreve de surpresa é o poder dela de dominar o palco. Que voz! Que carisma! E que presença de palco! Eu mal conseguia piscar, às vezes me esquecia de cantar as músicas porque eu estava literalmente encantada vendo o show.



Ela estava muito feliz ali naquele palco cantando. E ela conseguia transmitir essa felicidade.

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Simples assim.


São raros os artistas que deixam transparecer naturalmente essa felicidade. E como é bom quando o fazem! O show é melhor, o sentimento é real e a felicidade é verdadeira!


Tudo o que acontecia na nossa frente andava no ritmo perfeito. A voz de Marisa Monte liderava uma banda rica e complexa no som. O show simples de luzes que, junto com os figurinos práticos e perfeitamente orquestrados com cada momento e cada feição de emoção vinda de Marisa Monte, trazia mais excentricidade e imponência à musa carioca dona de 4 Grammys.


Era lindo de ver, relaxante - parecia que ninguém fazia esforço ali… toda a banda estava brincando, fazendo uma resenha (claro que sei o esforço e todo o trabalho que há, mas esse grupo era tão bom que você se depara com o pensamento: ‘eu acho que também consigo fazer esse solo de sax, ou então esse sambinha no cavaquinho… facinho!”)


E o que dizer do repertório? Atemporal.

Já no meio do espetáculo ela começou a apresentar a banda - achei de uma inteligência tão rara esse sistema, pois a cada nova música a gente era apresentado ao instrumentalista central - e mais, a senhora Marisa ainda nos embebia de histórias e detalhes sobre cada composição. Foi meio que ver o artista repintando em palavras a sua obra já pronta e nos fazendo reviver com ela o momento da criação. Genial!


Desde sucessos do início da carreira - Bem que se Quis, Maria de Verdade e Infinito Particular - passando por trilhas de novelas - Ainda Bem, A Sua, Velha Infância (Mulheres Apaixonadas: o acerto mais certeiro da Globo no quesito novela) e Já sei Namorar dos Tribalistas, e claro, as favoritas do novo álbum Portas.




Ninguém passou imune! Todos ao meu redor cantavam a plenos pulmões. Alguns riam, outros choravam - mas todos traspassavam a emoção.


Eu fui pro show acreditando que conheceria apenas umas 5 musicas e, na verdade, depois de quase duas horas de espetáculo saí rouca!


Letras que fazem sentido, que contam histórias e que nos transportam para certos momentos e acontecimentos da nossa vida!


Não obstante toda a pompa na música, o que andava lado a lado com a riqueza daquela voz potente era o figurino impecável! O styling de Renata Corrêa, consultoria de imagem de Giovanni Branco, e as criações do estilista Andre Betio, do designer Caio Vinicius, estilista Vitor Zerbinato fecharam o circulo desse espetáculo muito bem produzido, dirigido e executado.

Última música apresentada. Banda sai do palco. Público enlouquece pedindo ‘mais um!! Mais um!!’ E, claro que o charme sempre funciona.


A banda volta pro palco para performar mais alguns sucessos e, depois de nos darem o mais três músicas de presente, Marisa finalizou o espetáculo da forma mais incrível, criativa e emocionante que eu já vi:


Tudo escuro de novo, canhão de luz focado nela, apenas Marisa Monte no palco, silêncio, e de um segundo para o outro Marisa puxa:


“Bem que se quis, depois de tudo ainda ser feliz….”

E aí, ela sai do palco deixando a plateia finalizar a canção em um coral feliz, emocionado e com um gostinho de vamos nos ver logo para finalizar essa canção juntos.


Lindo né? Me arrepio cada vez que lembro.


Já está confirmada a turnê da Marisa Monte no Brasil. Sério, quer uma dica? Investe nessa experiência. Não existe preço que pague o valor do incrível poder que a musica tem de nos fazer feliz.


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Um abraço!

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Disclaiming: O show da Marisa Monte foi em Oakland, no UC Theater Berkeley no dia 25 de Março e esse texto foi escrito no Sábado de manhã após a experiência. Espero ter conseguido te emocionar um pouquinho e te inspirado.

Comentários


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Andi Gomes

Uma guria viajante aspirante à escritora, que ama fotografar, comer comida boa e compartilhar com os amigos o mundo que ela vê.

 

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