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Uma ode àqueles do contrario



Eu sou mesmo do contra.


Ja não há mais como negar essa verdade irrefutável.


Enquanto todos estão migrando para o Instagram com mais vídeos, eu quero escrever, eu quero meu blog, fotos e textão. Adam Mosseri: sorry not sorry.


Na era pós pandemia onde todo mundo entrega tudo o que tem e o que não tem para encontrar um emprego WFH - ou no nosso melhor português: trabalho de casa - eu quero mais é estar na rua, interagindo e vendo gente. Tô cansada do Zoom.


O mundo que prefere iPhone, eu: Samsung. Lógico!


Podcast está no alto, eu gosto tambem. Mas eu amo mesmo é escutar rádio na sacada, de noite, olhando para as estrelas.


Eles Spotify, eu LP.

Enquanto eles buscam estrelas nos restaurantes eu quero mais é comer a comida mais local, no menor botequim e com o sabor mais regional possível.


Eles Paris e Maldivas. Eu Polônia e Curaçao.


Enquanto o pessoal está tirando foto do mais super ultra mega iPhone com as duas câmeras integradas e mil e outras tecnologias, eu tô pesquisando sobre como revelar fotos de filme em casa.


Eles filhos, eu viagens.

Eles porta retrato digital, eu impressão da foto, colagem no álbum e escrever à mão o que estava acontecendo

Eles iMac, eu caderninho e estojo de canetas coloridas.


Saudosista uns diriam, ligada demais ao passado outros debateriam.


Pode até ser também.


Mas para amaciar o ego, gosto de pensar que sou um alguém buscando um pouco mais de slow nessa loucura hype hustler do século 21 pós-pandêmico.


23:22 PM. Escrevo esse texto da minha poltrona de leitura na sala. A qual eu fiz questão de virar para ficar olhando pela janela. Está totalmente ao contrário dentro do layout da minha sala. Atrapalhando tudo, de costas pra TV e na frente do sofá.


Um marco do contra no meio da minha casa.


Um grito de contrariedade pra dar mais sentido a esse texto e a esse momento.


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Eis o O monumento do Contra que instalei na minha sala

Descobri que essa onda contrariedade que me cerca vem atingindo um ponto mais fragilizado dessa que vos escreve e, ao invés de alimentá-lo, muito contrariamente, o inibe: O medo do que os outros vão pensar.


Calma irmãs. Infelizmente ainda não estou 100% curada do FOOOVP (Fear Of O Que Os Outros Vão Pensar)… a jornada é longa e sigo alimentando, mesmo sem querer querendo, um pouquinho da monstrinha diariamente dando aquele check nas redes sociais e overthinking algumas ideias e atitudes natas de mim mesma.


Porém, a minha momentânea - ou nem tão momentânea - cultura do contra vem me ajudando terapeuticamente de uma forma magnânima a lidar com essa 'doença/ameaça' do século. Estudiosos simplistas diriam que a 'cura' é fácil: basta ligar o botão mágico do F0d@-se pra tudo na vida e deletar os aplicativos.


Para a primeira solução dada: Quem dera fosse assim tão fácil. Vivemos em sociedade - e uma sociedade impiedosa - dessa feita, usar sem estar em sã consciência e inconsequentemente esse botão é grave e perigoso - e os efeitos colaterais podem ser caóticos.


Para a segunda: Deletar o Insta e o TikTok, eu einh? Vou deletar nada!


Só vou fazer do meu jeito. Com as coisas que eu gosto. Então certamente vou seguir rolando o feed, me conhecendo, aprendendo e enquanto o mundo vai girando, eu autenticamente ao contrário seguirei sendo.


Aliás, turminha do contra: uni-vos. Ainda mais aqueles que passaram dos 30, não devemos mais nada a ninguém (bom, eu espero que tu estejas pagando tuas contas em dia).

E quem ainda não experimentou ser do contra fica aqui meu convite - em letras desenhadas e coloridas de dourado em papel couché - para esse mundo de liberdade: SÓ VAI. E depois volta pra me contar como foi bom.


Agora eu Fui.


Mas como do contra sou, vou seguir por aqui mesmo. Beijos!


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23:22 - na minha poltrona, no escuro pensando e escrevendo



Comentários


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Andi Gomes

Uma guria viajante aspirante à escritora, que ama fotografar, comer comida boa e compartilhar com os amigos o mundo que ela vê.

 

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