Uma ode àqueles do contrario
- andggomes

- 30 de jul. de 2022
- 3 min de leitura
Eu sou mesmo do contra.
Ja não há mais como negar essa verdade irrefutável.
Enquanto todos estão migrando para o Instagram com mais vídeos, eu quero escrever, eu quero meu blog, fotos e textão. Adam Mosseri: sorry not sorry.
Na era pós pandemia onde todo mundo entrega tudo o que tem e o que não tem para encontrar um emprego WFH - ou no nosso melhor português: trabalho de casa - eu quero mais é estar na rua, interagindo e vendo gente. Tô cansada do Zoom.
O mundo que prefere iPhone, eu: Samsung. Lógico!
Podcast está no alto, eu gosto tambem. Mas eu amo mesmo é escutar rádio na sacada, de noite, olhando para as estrelas.
Eles Spotify, eu LP.
Enquanto eles buscam estrelas nos restaurantes eu quero mais é comer a comida mais local, no menor botequim e com o sabor mais regional possível.
Eles Paris e Maldivas. Eu Polônia e Curaçao.
Enquanto o pessoal está tirando foto do mais super ultra mega iPhone com as duas câmeras integradas e mil e outras tecnologias, eu tô pesquisando sobre como revelar fotos de filme em casa.
Eles filhos, eu viagens.
Eles porta retrato digital, eu impressão da foto, colagem no álbum e escrever à mão o que estava acontecendo
Eles iMac, eu caderninho e estojo de canetas coloridas.
Saudosista uns diriam, ligada demais ao passado outros debateriam.
Pode até ser também.
Mas para amaciar o ego, gosto de pensar que sou um alguém buscando um pouco mais de slow nessa loucura hype hustler do século 21 pós-pandêmico.
23:22 PM. Escrevo esse texto da minha poltrona de leitura na sala. A qual eu fiz questão de virar para ficar olhando pela janela. Está totalmente ao contrário dentro do layout da minha sala. Atrapalhando tudo, de costas pra TV e na frente do sofá.
Um marco do contra no meio da minha casa.
Um grito de contrariedade pra dar mais sentido a esse texto e a esse momento.

Descobri que essa onda contrariedade que me cerca vem atingindo um ponto mais fragilizado dessa que vos escreve e, ao invés de alimentá-lo, muito contrariamente, o inibe: O medo do que os outros vão pensar.
Calma irmãs. Infelizmente ainda não estou 100% curada do FOOOVP (Fear Of O Que Os Outros Vão Pensar)… a jornada é longa e sigo alimentando, mesmo sem querer querendo, um pouquinho da monstrinha diariamente dando aquele check nas redes sociais e overthinking algumas ideias e atitudes natas de mim mesma.
Porém, a minha momentânea - ou nem tão momentânea - cultura do contra vem me ajudando terapeuticamente de uma forma magnânima a lidar com essa 'doença/ameaça' do século. Estudiosos simplistas diriam que a 'cura' é fácil: basta ligar o botão mágico do F0d@-se pra tudo na vida e deletar os aplicativos.
Para a primeira solução dada: Quem dera fosse assim tão fácil. Vivemos em sociedade - e uma sociedade impiedosa - dessa feita, usar sem estar em sã consciência e inconsequentemente esse botão é grave e perigoso - e os efeitos colaterais podem ser caóticos.
Para a segunda: Deletar o Insta e o TikTok, eu einh? Vou deletar nada!
Só vou fazer do meu jeito. Com as coisas que eu gosto. Então certamente vou seguir rolando o feed, me conhecendo, aprendendo e enquanto o mundo vai girando, eu autenticamente ao contrário seguirei sendo.
Aliás, turminha do contra: uni-vos. Ainda mais aqueles que passaram dos 30, não devemos mais nada a ninguém (bom, eu espero que tu estejas pagando tuas contas em dia).
E quem ainda não experimentou ser do contra fica aqui meu convite - em letras desenhadas e coloridas de dourado em papel couché - para esse mundo de liberdade: SÓ VAI. E depois volta pra me contar como foi bom.
Agora eu Fui.
Mas como do contra sou, vou seguir por aqui mesmo. Beijos!







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